Brasil tem 166 procuradores no Ministério Público de Contas para fiscalizar os gastos públicos de todo país, aponta relatório.

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foto-materia-14-de-setembroLevantamento inédito feito pelo Conselho Nacional dos Procuradores-Gerais de Contas mostra que é necessária autonomia da instituição, que ainda depende dos Tribunais de Contas

O Brasil conta, atualmente, com 166 procuradores do Ministério Público de Contas (MPC) para fiscalizar as contas públicas dos mais de cinco mil municípios brasileiros, dos 26 Estados, do Distrito Federal e da União. É o que revela o levantamento inédito feito pelo Conselho Nacional dos Procuradores-Gerais de Contas (CNPGC), divulgado nesta quarta-feira (14), em Brasília (DF). O documento é um panorama sobre como operam os MPCs em cada região do país, aponta os principais entraves e busca, assim, aprimorar as condições de trabalho de controle externo.

Os MP de Contas têm como missão a defesa da lei e dos princípios constitucionais da Administração Pública em todas as matérias sujeitas ao controle externo como, por exemplo, fiscalização de contas públicas, de contratos, de compras, de atos em geral e, inclusive, de admissão de pessoal e concessão de aposentadorias, reformas e pensões. De acordo com a presidente do CNPG, Cláudia Fernanda de Oliveira Pereira, a ideia de compilar dados e informações dos MP de Contas veio da necessidade de mapear o trabalho realizado no Brasil. “Ao propor este relatório, nosso intuito é reunir essas informações até então dispersas. Agora sabemos quantos somos, qual o déficit de procuradores, qual o volume de trabalho realizado e, principalmente, como tudo isso impacta na autonomia da instituição”, explica Cláudia Fernanda.

 Em relação a este ponto, apenas o Ministério Público de Contas do Pará (MPC/PA), o Ministério Público de Contas dos Municípios do Pará (MPCM/PA) e o Ministério Público de Contas de Roraima (MPC/RR) dispõem de autonomia plena. Também são esses os únicos com sede própria. Os outros 30 MPCs ainda dependem dos Tribunais de Contas aos quais estão vinculados, tanto financeira quanto administrativamente. Vale mencionar que só com o Tribunais de Contas, o sistema de controle externo consome R$ 12 bilhões de reais ao ano. No entanto, o gasto com o MP de Contas fica entre 10% e 15% do orçamento anual de cada Tribunal.

CARGOS OCUPADOS X CARGOS VAGOS – De acordo com o relatório do CNPGC, estão vagos 45 cargos de procuradores de Contas no Brasil. Dos 211 cargos disponíveis, 166 estão ocupados, conforme o quadro abaixo.

REGIÃO CARGOS DISPONÍVEIS CARGOS OCUPADOS CARGOS VAGOS
NORTE 56 41 15
NORDESTE 59 58 1
SUL 20 16 4
SUDESTE 47 28 19
CENTRO-OESTE 29 23 6
TOTAL 211 166 45

Fonte: Relatório Nacional dos MPCs

Outro aspecto a ser destacado é que, apesar do déficit de procuradores, os MP de Contas produzem muito e cada vez mais. Só em 2015, foram proferidos 387.372 pareceres, 9.878 ofícios e 2.094 representações – todos esses são instrumentos por meio dos quais o MP de Contas provoca a atuação e posicionamento dos Tribunais de Contas sobre determinadas matérias ligadas ao controle externo.

Para a presidente do CNPGC, o atual momento institucional do MP de Contas revela a necessidade de mudanças em busca de melhores e mais eficientes condições de trabalho. “É preciso superar essa visão pouco conhecida da instituição. O MP de Contas precisa ser fortalecido para ser ainda mais combativo frente às contas deficitárias, aos contratos antieconômicos, às despesas ilegítimas, a casos de superfaturamentos, nepotismo e de contratação de servidores fantasma”, conclui Cláudia Fernanda.

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